Uma Instituição com História
A Escola Secundária Alves Martins, como legítima representante dos “estudos liceais” (ensino secundário) na cidade de Viseu, é uma instituição que já perfez mais de 150 anos de actividade. Sabemos que o presente se construiu com um passado, e que somos agora cúmplices em relação a um futuro no qual se vai cumprindo a nossa história.
Mas desfolhemos algumas páginas do tempo, assinalando os marcos mais significativos da história desta instituição
1 - Em 1836, em pleno liberalismo, o ministro da Rainha D. Maria II, Passos Manuel, por decreto de 17 de Novembro, criava liceus em todo o país, um em cada capital de província e dois em Lisboa, com base nos planos de Alexandre Herculano e José Alexandre de Campos, sucedendo assim aos antigos “estudos menores”.
2 - Em 20 de Setembro de 1844, o ministro do Reino, Costa Cabral, procede a uma reorganização do ensino liceal, remodelando o seu plano de estudos, por forma a adaptá-lo, tanto quanto possível, às novas realidades, sem deixar de ter em conta os condicionalismos e limitações existentes (como, por exemplo, a falta de professores, equipamentos e instalações).
3 - No relatório ao Conselho Superior de Instrução Pública, apresentado em 28-11-1848, dizia-se ter sido constituído, entre outros liceus, o de Viseu.
4 - A 1ª Reunião do Conselho Escolar do Liceu Central de Viseu iria ter efectivamente lugar, solenemente, no dia 14 de Setembro de 1849, sob a presidência do seu 1º Reitor, o Padre José d’Oliveira Berardo - “um dos homens mais eruditos e ilustrados” que havia encontrado nosso historiador Alexandre Herculano, seu amigo e admirador - no antigo Convento da Congregação de 5. Filipe de Néri, a Santa Cristina (na altura, o Seminário Diocesano), como sua primeira Casa.
5 - Em 1868, sob o governo diocesano e a munificência do grande prelado D. António Alves Martins, foi o Liceu transferido para o Paço dos Três Escalões (então Paço Episcopal e hoje Museu de Grão Vasco), preenchendo as salas entretanto devolutas, com a saída de parte dele da Câmara para a Casa da Calçada. No mesmo ano, e ainda graças aos favores do referido bispo, foi o Liceu elevado à categoria de 1ª classe, por decreto de 31 de Dezembro, promoção a que não terá sido certamente estranha a circunstância do ilustre antístite ser então ministro do Reino.
6 - Em 1911, por determinação do Dr. António José de Almeida, quando Ministro do Interior Governo Provisório, uma vez proclamada a pública, o Liceu Central de Viseu passou a designar-se Liceu Alves Martins, em menagem ao seu generoso e benemérito protector (decreto de 18.3.1911)
7 - Com o constante aumento do número de alunos, a necessidade de instalações acolhedoras e adequadas e a atenção dada pela 1ª República às questões da instrução e cultura, avivam-se os apelos e as influências no sentido de se encontrar um edifício que reunisse finalmente os requisitos minimamente indispensáveis para a acção pedagógica.
8 - O momento chegou em Janeiro de 1922 com a cedência do recém-encerrado Colégio SacréCoeur (hoje Escola Superior de Educação), abandonado pelas religiosas desta Ordem, na sequência das medidas de secularização dos bens da Igreja, decretadas durante a vigência deste regime.
9 - A peregrinação do Liceu de Viseu ainda não havia de ficar por aqui. O último e definitivo poiso (até nossos dias) iria ser um edifício próprio, com salas, gabinetes, laboratórios, ginásio, balneários, espaços de recreio e serviços auxiliares e administrativos devidamente equipados e adequados às tarefas lectivas e escolares. A sua inauguração solene, na Avenida Infante D. Henrique, ocorreu em 27 de Abril de 1948, pelas 17 horas e 30 minutos, com a presença do Ministro das Obras Públicas e o Subsecretário de Estado da Educação do Governo de Salazar. De anotar, igualmente, durante este regime, o regresso da designação do Estabelecimento de Ensino da Liceu Nacional de Viseu.
10 - Como último marco significativo, refira-se, após o 25 de Abril de 1974, o decreto-lei n.º 80/78, de 27 de Abril, dispondo que os Liceus e as Escolas Comerciais e Industriais passariam a denominar-se genericamente “Escolas Secundárias’ voltando a nossa Escola, a partir de então, a intitular-se de Alves Martins.”
João Nuno Aragão / http://www.esec-alves-martins.rcts.pt/Escola/2.html
Uma Instituição Presente no Futuro
A ESAM continua a merecer um lugar de destaque no conjunto das escolas portuguesas pela qualidade da formação académica que proporciona pelas realizações culturais e artísticas, pelo sentido ético e de cidadania que procura incutir nos jovens. Os resultados escolares, as conferências e tertúlias, as exposições, os espectáculos teatrais, a actividade editorial, os gestos de solidariedade como a construção e apetrechamento de uma escola em Moçambique, as dádivas de sangue, são realidades de uma escola que se assume como agente de educação. Neste nosso papel, destacamos a colaboração com várias instituições da cidade como o Governo Civil de Viseu, a Câmara Municipal de Viseu, o Centro da Área Educativa de Viseu, o Hospital de S. Teotónio, o Teatro Viriato, o Museu Grão-Vasco, entre outras.
Esta colaboração institucional e o estabelecimento de parcerias inserem-se num esforço continuado para:
- Optimizar as potencialidades humanas, intelectuais e artísticas dos diferentes actores da Comunidade Escolar.
Conselho Executivo da ESAM (10/2005) / http://www.esec-alves-martins.rcts.pt/Escola/2.html